ROMANOS 6.17

Curta o dia! Aproveite o dia! Esta expressão é a tradução do título, em latim, deste devocional. Ela não se refere apenas a uma inocente citação ou incentivo a que passemos um ótimo dia, o que está por traz é que pesa em relação ela. Vivemos hoje em um mundo dominado por uma filosofia, que prega basicamente isto: Aproveite o momento, o passado não existe, já foi, e o futuro ainda não está aqui, portanto temos apenas o momento, e devemos curtir ao máximo o que realmente temos. Esta filosofia que recebe o nome de existencialismo, aparentemente inocente, tem implicações profundas quando analisadas a luz da palavra de Deus.

Um dos princípios da filosofia, e o motivo pelo qual ela veio a existir, é a análise e compreensão do mundo usando a lógica e a razão, não aceitando nenhuma explicação que não utilize a lógica. Esta questão, sobre o existencialismo, nos parece ilógica. Pois viver uma vida sem pesar as consequências, e pensar apenas na vida que temos aqui sem imaginar que teremos uma vida espiritual que prosseguirá, é simplesmente deixar a lógica e viver sem pesar as consequências que virão sobre cada um de nós e de nossos atos. Mesmo que você seja um ateu e não acredite que haja uma vida após a morte, seria uma aposta no escuro, pois se partirmos do pressuposto que os ateus estão certos, tudo acabará com a morte, mas e se os cristãos estiverem certos? Como os que não acreditam farão?

“Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida.” (ROMANOS 6:17) Este versículo, e tantos outros, nos ensinam que éramos escravos do pecado, sem opção de escolha, levados pelas correntes e filosofias do mundo que nos cerca. É justamente nesta situação que se encontram as pessoas que não conhecem verdadeiramente a Jesus e não tem a opção de ver o que é correto ou não em relação as suas vidas. No mundo que vivemos hoje tudo é relativizado. Não há mais conceitos firmes e inegáveis quanto ao que é certo ou errado. Tudo é levado para a questão da satisfação pessoal, se me satisfaz devo fazer, se não me agrada não quero fazer. Parecemos crianças que não gostam de um determinado alimento, e não conseguem perceber que sem a ingestão dele ficarão com falta de seus nutrientes no organismo, e arcarão com as consequências de seus atos. Quando lidamos com crianças podemos até entender, e até achar um caminho alternativo, mas quando adultos agem desta forma, premeditadamente, as consequências ficam mais sérias.

Pensar apenas na satisfação de nossos prazeres, e não no que virá, é totalmente ilógico. Se vivemos para acumular riquezas, não as levaremos na morte. Se vivemos para cultuar a beleza, quando a velhice chegar não a teremos mais. Termos em mente que a realização de ações que não se perderão com o tempo ou com a morte, é o que importa. Não estou querendo dizer com isto que devemos simplesmente deixar de lutar por uma vida melhor, ou cuidar de nosso corpo, para torna-lo mais bonito e apresentável. Não podemos é fazer disto um deus em nossas vidas onde tudo vai girar em torno desta ideia. Também não estou querendo apresentar uma vida monástica onde as pessoas não têm direito a se divertirem, e que devem se sacrificar quanto as suas vidas, apenas que não devem viver inconsequentemente.

Cristo nos dá a liberdade de escolha, para dizermos não a este estilo de vida gerido apenas pelo momento e pelo prazer. Podemos e devemos curtir o momento, mas ter em mente que existe algo mais, que a vida não se encerra com o momento presente. Deus tem algo infinitamente maior para nós. “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão.” (I CORÍNTIOS 15:19), estas palavras de Paulo nos advertem quanto a esta ideia. Temos um futuro, ele existe e precisamos pensar nele. O que acontecerá nele depende das decisões que tomarmos em nosso presente. O que temos feito em relação à obra de Cristo? E ao seu sacrifício na cruz? Pensemos nisto.