II TIMÓTEO 3.17

“… para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.“ Observo que este versículo me faz constatar um dos problemas que vivemos nos dias de hoje. Me parece que a cada dia a vontade de fazer o melhor, ou o correto, tem ficado em segundo plano. As pessoas movidas pelo imediatismo, ou pela pressa que a correria dos tempos de hoje nos impõe, tem esquecido que fazer algo apressadamente, ou displicentemente, só levará a consequências ruins ou a refazer o que se fez anteriormente.

Somos movidos pela cultura do errado, ou seja, os valores que deveriam nortear nossas vidas e nos firmar como seres inteligentes, que buscam coisas boas, estão abandonados. Se fizermos algo errado, damos logo um jeito de camuflar, ou transformar, de alguma forma, o erro em acerto, mesmo que para isto tenhamos que infligir outras leis ou princípios. O trânsito é, em minha opinião, o melhor exemplo para o que quero demonstrar. Quando estamos com pressa e estacionamos em lugares proibidos, ou avançamos um sinal vermelho, sabemos que é um erro, mas logo justificamos. Queremos a todo custo tornar o erro em acerto. O grande problema é que isto pode se tornar uma pratica corriqueira, e nem percebermos mais o que está acontecendo.

“Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (ROMANOS 8.13-14). Este texto do livro de Romanos nos alerta quanto ao perigo de não nos apercebermos, dos toques do Espirito Santo quanto a nossa vida. Precisamos pensar que ele está conosco o tempo todo, quando somos filhos de Deus, e seguimos seus ensinamentos, para nos orientar e direcionar quanto ao que devemos ou não fazer, e nos conduzir a realizações boas em nossas vidas. Se agirmos desta forma não nos enquadraremos na cultura do errado. Em contrapartida podemos também mortificar o Espirito e não darmos ouvidos ao que Ele quer nos mostrar. Se assim agirmos assim tudo parecerá “normal”, não teremos mais o toque direcionador do Espirito, e assumiremos a forma do mundo que nos cerca.

Ter este critério de escolha, e não nos conformarmos com o que é “normal” para todos, significa viver em uma “contracultura cristã”. Ir à direção contrária ao que está ocorrendo e sendo aceito com normalidade. É, sem dúvida, um desafio, pois, a cada momento haverá pessoas a questionar que somos bobos, ou ingênuos em nossas atitudes. Ou ainda, que nossas atitudes não resultaram em nada, totalmente inúteis. Mas temos que pensar que toda mudança, por mais difícil que seja, começará com a atitude de alguém. Por que não você e eu?

Gostaria de terminar falando da atitude de Gandhi, quando se recusou a comprar o sal refinado pelos ingleses, e viajou a pé, 300 quilômetros até o litoral e retirou seu próprio sal do mar. Pode parecer uma ação isolada e sem nenhum efeito. Mas esta, e outros atitudes, levaram a poderosa Inglaterra a conceder a independência a Índia. Uma pequena ação que representou grandes mudanças. As suas podem também resultar em mudanças. Se você não transformar o mundo, vai fazer de você uma pessoa melhor, que não passa pela vida sendo uma pessoa que vive pela cultura do errado.